"Eu quero a sorte de um amor tranquilo. Com sabor de fruta a mordida.Nós na batida no embalo da rede. Matando a sede na saliva. Ser teu pão. Ser tua comida. Todo o amor que houver nessa vida.E algum trocado pra dar garantia." (Todo amor que houver nessa vida - Cazuza e Frejat)
Quem disse que o amor é tranquilo? Que sabor tem a fruta mordida? Ah, mas o embalo da rede..... Isso sim é gostoso!
Fazendo crítica eu? Nunca! Não teria tamanha ousadia com tão rica obra. Só estou fazendo divagações. Divagações sobre o cotidiano de um casal.
O amor nunca haverá de ser tranquilo. Se for não será amor, será qualquer outra coisa, menos amor.
O amor não se contenta com tranquilidade, precisa de tempestade para se fazer notar.
Não se deita na rede e dorme, precisa estar sempre em movimento para relaxar.
O amor não traz o pão pronto. Ele é a força que produz o alimento, a comida.
Mas o amor sacia sua sede na saliva. Não na dele, mas em seu complemento.
O amor nunca haverá de ser sozinho, pois ele é extremamente carente, dependente, de um colo.
Precisa de um trocado, de uma garantia, sem prazo para terminar.
Precisa ouvir, sentir, falar. Precisa gritar: "Ei, estou aqui! Não viverei sem você e você não viverá sem mim!"
E quem disse que isso tudo é simples?
Brigas intermináveis, que só terminam com um "me olha, me beija". Isso sem contar as outras variações que eu, como um homem discreto, não haverei de descrever aqui.
E vamos vivendo nessa loucura, como loucos em um hospício, sem cura e sem querermos ser curados, dia a dia. Loucura essa chamada AMOR.
Washington Luiz