sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Amor tranquilo?


"Eu quero a sorte de um amor tranquilo. Com sabor de fruta a mordida.Nós na batida no embalo da rede. Matando a sede na saliva. Ser teu pão. Ser tua comida. Todo o amor que houver nessa vida.E algum trocado pra dar garantia." (Todo amor que houver nessa vida - Cazuza e Frejat)


Quem disse que o amor é tranquilo? Que sabor tem a fruta mordida? Ah, mas o embalo da rede..... Isso sim é gostoso!

Fazendo crítica eu? Nunca! Não teria tamanha ousadia com tão rica obra. Só estou fazendo divagações. Divagações sobre o cotidiano de um casal.

O amor nunca haverá de ser tranquilo. Se for não será amor, será qualquer outra coisa, menos amor.

O amor não se contenta com tranquilidade, precisa de tempestade para se fazer notar.

Não se deita na rede e dorme, precisa estar sempre em movimento para relaxar.

O amor não traz o pão pronto. Ele é a força que produz o alimento, a comida.

Mas o amor sacia sua sede na saliva. Não na dele, mas em seu complemento.

O amor nunca haverá de ser sozinho, pois ele é extremamente carente, dependente, de um colo.

Precisa de um trocado, de uma garantia, sem prazo para terminar.

Precisa ouvir, sentir, falar. Precisa gritar: "Ei, estou aqui! Não viverei sem você e você não viverá sem mim!"

E quem disse que isso tudo é simples?

Brigas intermináveis, que só terminam com um "me olha, me beija". Isso sem contar as outras variações que eu, como um homem discreto, não haverei de descrever aqui.

E vamos vivendo nessa loucura, como loucos em um hospício, sem cura e sem querermos ser curados, dia a dia. Loucura essa chamada AMOR.
Washington Luiz