terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Manifesto contra a violência - Pessoal, Transferível e Divulgável

Eu, brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, mais especificamente em São João de Meriti, deixo registrado meu manifesto contra todo e qualquer tipo de violência. Seja física, verbal, moral  ou simplesmente incitativa.
Em tempos de Jornada Mundial da Juventude não é aceitável que nossa sociedade viva em estado de tensão e guerra. A massa contra a minoria, que se dá conta de que não é minoria e torna-se massa. O símio virou neandertal, que virou homo-sapiens que virou "homo-violentus". 
O que mais tenho visto atualmente são manifestações (e digo isso no sentido de atos, não de manifestos propriamente dito) de violência contra jovens, mulheres, crianças, patrimônio público e transporte de massa. A massa que cada vez mais torna-se refém de sua própria espécie, sua própria ideologia. Ideologia essa que muda a cada atentado contra o direito de ir e vir, de se expressar, de pensar, de sentir. Não aceito o pensamento autoritário de que eu tenho um direito e você um dever. 
Em casa a mulher cuida dos filhos, cuida da casa e o marido trabalha para trazer o dinheiro para a casa. Não! Os dois buscam a integração da melhor forma possível. Homem cozinha, arruma a casa e cuida dos filhos da mesma forma que a mulher. E porque há de se brigar por isso?
No ambiente de trabalho o chefe manda o empregado obedece. Deve haver hierarquia mas há de se ter respeito. O empregado pode muito bem ensinar ao empregador a rever seus conceitos. Cada um exerce sua função sem abuso de poder.
E por falar em poder, a polícia não deve usar de sua farda e sua arma para agredir e matar sem qualquer critério, como temos visto constantemente.  Usando uma definição de Vício de Ato Administrativo: "O excesso de poder ocorre quando o agente exorbita sua competência, ou seja, quando a autoridade administrativa pratica um ato que excede aos limites de suas atribuições legais." Não está claro? Preciso ser mais específico? 
Nossa sociedade trilha o caminho do certo e errado buscando sua afirmação de maneira equivocada.
Penso logo existo ou manifesto logo sou visto?  
Não me sinto representado quando vejo pessoas sendo agredidas, ponto de ônibus sendo quebrados, agências de bancos sendo depredadas, repartições públicas sendo invadidas e tomadas como se fossem castelos. Não dá para aceitar o extremismo de ambas a partes. 
Sei também que sofremos agressões silenciosas por partes de nossos governantes que se omitem com uma série de problemas com relação a transporte, educação e saúde. Pego o metrô e ônibus todo dia e sei o quanto é desumano ficarmos espremidos feitos sardinha em lata em vagões com ar-condicionado ruim ou simplesmente sem ar. Isso sem contar a falta de água em vários locais. 
Mesmo assim, com toda essa violência que sofremos, não merecemos sermos agredidos, mesmo que "sem intenção" por qualquer um que tenha seu direito roubado por aqueles que colocamos no poder.
Não é tolerável um cidadão levar uma coronhada, ser pisoteado, atingido por um tiro de bala de borracha no olho e agora morto (o cinegrafista da Band Santiago Andrade) ! Não estamos progredindo e sim regredindo!  
Vamos protestar sim, vamos reivindicar sim, mas com sabedoria e civilidade. A violência não leva a nada, a 
não ser ao excesso!.
A voz tem mais poder do que a arma. A educação é mais forte do que a força. Quando desperdiçamos energia com violência desviamos ela do real objetivo. O brasileiro é um povo lutador, guerreiro, feliz, e não bárbaro! Simpatia é quase amor, mas violência é desonrosa! 

" É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada" (William Shakespeare)



Washington Luiz
(11/02/14)

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